Após subir pela manhã e ultrapassar a linha de R$ 6,05, o Dólar (#USD) trocou de sinal no início da tarde e encerrou a sessão desta terça-feira (21/01), em leve queda, na casa de R$ 6,03. Com a agenda doméstica esvaziada, os negócios no mercado de câmbio foram guiados pelas repercussões dos primeiros atos de Donald Trump no início de seu segundo mandato presidencial.
O real, que ontem amargou avanço menor que o de pares, hoje recuperou terreno e se descolou do movimento negativo das divisas latino-americanas, em especial do peso mexicano, abalado pela menção de Trump a tarifas de 25% sobre importações do México a partir de 1º de fevereiro.
Segundo operadores, a moeda brasileira pode ter se beneficiado de fluxo externo e de ajustes técnicos, com agentes promovendo recomposição parcial de posições em ativos domésticos desmontadas no fim do ano passado. Dados da B3 mostram que investidores estrangeiros ingressaram com R$ 2,9 bilhões na bolsa doméstica no último dia 17, levando os aportes líquidos em janeiro a R$ R$ 3,621 bilhões.
Com máxima a R$ 6,0680, pela manhã, e mínima a R$ 6,0177 à tarde, o Dólar (#USD) à vista fechou a R$ 6,0307, em queda de 0,19%. Foi o segundo pregão consecutivo de baixa da divisa, que já acumula desvalorização de 2,42% em janeiro, após ter avançado 2,98% em dezembro e encerrado 2024 com ganhos de 27,34%.
O economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, observa que parece haver uma correção do movimento exagerado de ata do dólar no ano passado, motivado em grande parte por uma saída muito forte de recursos estrangeiros em meio a falta de credibilidade da política fiscal.
"Do lado doméstico, muito da preocupação com o fiscal já está refletida na taxa de câmbio. E do lado externo, houve alívio com o fato de Trump não ter sido mais agressivo nas tarifas neste primeiro momento", afirma Lima.
Postar um comentário