O peso argentino voltou a sofrer pressão, forçando o governo a intervir para evitar uma forte queda apenas dias depois de uma demonstração de apoio dos Estados Unidos ter impulsionado os ativos do país.
O peso chegou a cair mais de 6% frente ao dólar nesta terça-feira (30/09), maior queda intradiária desde 8 de setembro, antes de o governo entrar para vender moeda no mercado à vista.
Com isso, o dólar oficial encerrou em alta de 1,47%, a 1.380 pesos, depois de chegar a ultrapassar os 1.400 pesos. Segundo fontes do mercado, citadas pela imprensa local, o Tesouro teria vendido dólares no mercado. Não está claro quanto o governo do presidente Javier Milei vendeu. O Banco Central da Argentina se recusou a comentar.
Segundo o jornal local La Nación, no fim do dia foi informado que as reservas brutas do país encerraram setembro em US$ 40,374 bilhões – US$ 748 milhões a menos que na segunda-feira. Mas, por ser fim de mês, devem ter contribuído para essa diferença os pagamentos a organismos multilaterais que explicam essa diferença. O número oficial, para saber se o Tesouro atuou no mercado de câmbio, será conhecido nos próximos dias.
Já o risco-país saltou 9,25%, para 1.228 pontos centesimais. O indicador mostra o nível de confiança dos mercados de que um país será ou não capaz de honrar seus compromissos. Quanto maior, menor a confiança. O índice S&P Merval, da Bolsa de Buenos Aires, recuou 1,1% no dia. Em setembro, acumulou queda de 21,5%.
As perdas desta semana marcam uma forte reversão para a moeda, que havia subido mais de 10% depois que o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anunciou planos para uma linha de apoio financeiro de US$ 20 bilhões.
Uma redução temporária do imposto sobre exportações anunciada por Milei trouxe US$ 7 bilhões ao país em poucos dias, alimentando a valorização, enquanto o governo também retomou alguns controles de capitais que haviam sido suspensos em abril. Nada disso, no entanto, foi suficiente para impedir que o peso retomasse sua queda nesta semana.
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